Porquê
Escrever por quê?
No tangenciar
Dias
Bastam as letras
Porquê
Inacabadas então
Poesias
Estão
Estamos a vivenciar
Porquê?
Porquê
Escrever por quê?
No tangenciar
Dias
Bastam as letras
Porquê
Inacabadas então
Poesias
Estão
Estamos a vivenciar
Porquê?
Ruínas de mim
Num giro de olhar desgovernado
O coração vem e vai
Em devaneios múltiplos
Em poesia encarnado
Em ruínas escancarando
A vida , a morte, a sepultura
Mesclando o podre e o sublime
E versos virgens e podres escarrando
E não adianta subjulgar-se
O nada vence o tudo
Num fluxo irremediável
De piora
Com o tempo tudo piora
Esmorece, morre apodrece
Conto nos dedos
O que não se conta
Estórias são histórias furtivas
E versos são suspiros reprimidos
Pelas paixões cativas
De mais a mais
Tudo acaba, bem ou mal
Tudo tudo
A carne , e até o osso vira pó
Pó de osso,
Fim de verso
E nesse ócio que são
As ruínas de mim
Olho para trás e vejo
Olho por olho dente por dente
E o povo nesse dilema
Vai seguindo em frente
Abiose
Dependurado pelas ilusões quotidianas
Sob o abismo do ser
Fruto de uma abiose social
Calor dos sonhos que se alivia
Ser um ser abluente
Sol do meio dia
Exala no suor poesia
Toda dor da abiose
Abrandando assim
Até o fim
Mas assim
Inspiração esta sim
Num solo de uma nota só
Vem abrogar o desespero
Ser poeta assim
De tanta simplicidade
Poeta em poesia
Humildade
Pessoa sem arte
Se abulia
Dia-a-dia
E como que um acicate
Sofrer acicuta a arte
Inspiração
Qual se desmonta remonta
Uma alma um coração
Que vive impressionantemente
Na abiose